11 outubro 2012

Sempre Comigo




Em algum lugar, uma voz chama-me, das profundezas do meu coração
"Que eu esteja sempre sonhando, os sonhos que movem o meu coração"
Eu agora sei, enquanto choro lágrimas de tristeza, vezes sem conta,
Que encontrarei-a por detrás delas
Todas as vezes que caio, volto os olhos para o alto céu azul 
E acordo para a sua imensidão, 
como se o contemplasse sempre pela primeira vez
Apesar de a estrada ser longa e solitária
 e o seu fim longínquo, longe de minha vista
Sei que posso, com esses meus braços abraçar a luz
Ao dizer adeus, meu coração pára, sinto com ternura
Meu corpo vazio e silencioso 
que começa a ouvir o que é verdadeiro
O deslumbramento da vida, o deslumbramento da morte
O vento, a cidade e as flores, todos dançando em unidade
Em algum lugar, uma voz chama-me,
 das profundezas do meu coração
"Continue sonhando os seus sonhos, nunca deixe-os de parte"
"Para que falar sobre toda a sua tristeza 
ou sobre os momentos doloridos de sua vida?
Ao invés disso, deixe que esses mesmos lábios 
cantem-te uma doce canção"
Essa voz sussurrante, nunca a quero esquecer
Em cada memória, quero-a sempre presente para guiar-me
Um espelho ao quebrar-se lança peças afiadas que espalham-se pelo chão
Vislumbres de uma nova vida, refletem-se por toda a parte
Janela do início, silêncio, luz do novo amanhecer
Deixe que meu corpo vazio e silencioso seja preenchido e renasça
Sem mais a necessidade de procurar fora, 
ou de navegar por mares e oceanos sem fim
Porque aqui mesmo, brilhando dentro de mim, aqui bem dentro de mim
Encontrei um esplendor reluzente sempre presente, sempre comigo.
Fonte inesgotável


Da trilha sonora do Filme Spirited Away (A viagem de Chihiro) de Hayao Miyazaki. Lindo!



08 outubro 2012


Que palavras incompletas, imperfeitas
Que não conseguem entender ou expressar
Aquilo que está dentro de mim.
Que emoções incompletas, imperfeitas,
Que sentimentos incompletos, imperfeitos,
Que lógica incompleta, imperfeita
Que não conseguem entender ou expressar 
aquilo que transborda de dentro,
aquilo que é real pra mim, 
Quando sinto o seu coração em mim
O meu coração em si.
Quando vejo no seu olhar transparente
todos os meus segredos.
Quando desejo pra si, 
do fundo do meu coração
você na sua perfeição e plenitude, 
na sua mais perfeita liberdade.




Saudações


Planeta azul de imensa beleza,
sobre ti esteja a luz do amanhã.
Planeta verde de esperanças inocentes,
Sobre ti estejam os risos da liberdade.
Todos os sons que aqui existem
são melodias de beleza sem igual.
Murmuram as pedras em seu sono profundo,
Balbuciam as plantas em seus sonhos 
de criação contínua e plena.
Cantam todos os animais
de todas as espécies, 
de regozijo,de medo,
de fome, de saciação,
de alegria, de tristeza.
Sinfonias são compostas pelos elementais.
Pena que o homem seja tão surdo
 a esse mundo de concertos, ímpar nessa galáxia.
Das vozes humanas ouvem-se 
lições e desajustes,
alegria e depressão.
Ouvem-se gritos de desespero e
cantos de esperança.
Ouvem-se longos e graves sons
 para manter a raça escrava
e sons agudos e breves 
que buscam despertá-la.
Contudo, os sons não são ouvidos 
porque o homem está surdo.
Mas ouve o homem 
a tudo que atinge o ego, ainda.
Sofre, pune-se, conflita, 
enquanto poderia sorrir,
 amar-se, abraçar.
Para isto, deveria o homem esquecer-se
do centro em si e colocar o centro 
no planeta que o abriga.
Se assim o fizesse, 
o homem não queimaria as plantas,
porque o lamento de dor delas
 o feriria profundamente.
E se queimadas fossem as plantas 
por secas demais se apresentarem,
sentaria o homem ao lado delas
 e as confortaria com cânticos de alegria, 
com cânticos tal qual riachos 
a brincar sobre pedras, tal qual
folhas a dançar com os ventos.
Se ouvisse o homem o coração dos animais,
ali reconheceria um irmão 
e não mais o escravizaria,
venderia, mataria, comeria.
Ao contrário, ao lado deles sentaria,
para juntos olharem as estrelas do céu.
Um céu que não conheceria mais nuvens de poluição,
mas nuvens limpas de vida.
Se ouvisse o homem hoje,
estaria ouvindo a melodia que irradiamos
ao planeta em busca de nossos filhos entre eles.
Mas ao ouvi-la, 
como ouvem nossos filhos das estrelas,
o homem perderia todo o medo, 
desconheceria o abandono de ter-se só.
E no mais belo momento do concerto celeste,
o homem sentaria-se ao nosso lado, 
junto a uma imensa fogueira onde
vaidades, egoísmos, medos e desesperanças
seriam queimados.
Lado a lado, nós, os homens e os animais,
deste paraíso ainda vivo,
contemplaríamos, não o brilho das estrelas,
mas o brilho dos corações
 que aprenderam a bater no mesmo ritmo.
Nesse instante, Gaia, vosso planeta, 
estaria em paz.
Paz, então, meus irmãos terrícolas,
é o que desejo a todos.
Uma paz que se faça ouvir 
para além do tempo e do espaço.

Shellyana das Plêiades




06 outubro 2012





Benditas sejam as dificuldades que nos agridem e fazem pensar.

Benditas sejam as horas quer gastamos em função do bem eterno.

Bendito seja quem nos maltrata à primeira vista e nos ajuda a melhorar.

Bendito seja quem não nos conhece e não acredita em nós

Bendito seja quem nos compara com vagabundos e indolentes.

Bendito seja quem nos expulsa, como Párias ou fanáticos.

Bendito seja a mão que nos nega cumprimento.

Bendito seja quem quer nos esquecer, impaciente.

Bendito seja quem nos nega o pão de cada dia.

Bendito seja quem nos ataca por ignorância e covardia.

Bendito seja quem nos experimenta no decorrer do tempo.

Bendito seja quem nos faz chorar nos caminhos.

Bendito seja quem não agrada no caminho.

Bendito seja quem exige de nós a perfeição.

Benditos sejam os que nos maltratam o coração porque,

verdadeiramente, são estes, meus filhos, os nossos vigilantes,

e os que nos ajudam a seguir o Cristo com maior segurança,

pois Deus, através deles, nos ajuda na auto educação, de maneira

que fiquem abertas todas as portas para o Amor Universal.

São Francisco de Assis



Vai, Francisco, e não olhe para trás!