29 agosto 2011



Ama
incondicionalmente

Perdoa
totalmente

Agradece
eternamente

Vive
conscientemente

Honra a Vida 
verdadeiramente

Age
Sacralmente

Entende
intuitivamente

Busca
profundamente

Vigia
incansavelmente

Multiplica
positivamente

Dissipa
a totalidade das suas trevas

Ilumina
todos os cantos do Universo

realmente


e


Cria
perfeitamente


trazendo a memória do Céu pra Terra






Escolha



"há dois caminhos na vida, o caminho da Natureza e o caminho da Graça"
cada um tem a possibilidade de escolher entre os dois a cada instante
se focar dentro
  



o caminho da Natureza,
do ter,
do poder,
do amor egoísta,
do salvar a sua própria pele,
da lei da sobrevivência do mais forte,
do guardar,
da competição,
do julgamento,
da culpa,
dos limites,
da falta,
do cada um por si.




o caminho da Graça,
do ser,
do amor altruísta, incondicional,
do se colocar como parte de tudo,
do doar sem olhar
do coração incorruptível
do dividir, 
da cooperação,
da cura,
da liberdade,
do ilimitado,
da abundância,
do um por todos e todos por um.


é tempo de escolher, que caminho queremos seguir.




inspirado no filme "Árvore da Vida"




22 agosto 2011

Árvore da Vida

Lições de vida e de morte onde tudo está interligado no espaço sem tempo, onde o todo afeta o uno, e onde o uno afeta o todo. Uma busca pela referência primordial da graça que circunda toda a criação, a dor de seu esquecimento na vida cotidiana e a busca para a retomada desse sentimento. Os aspectos das naturezas feminina e masculina e a figura da Mãe que nos recebe, nutre e nos entrega de volta à nossa divindade, referência de vida pra nossa viagem de volta a Deus.




Trailer do filme "Tree of Life" de Terrence Malick, 2011

21 agosto 2011

Dádiva





Que cada instante de nossas vidas seja uma oferenda perfeita
E que vejamos assim, a vida de cada ser





Que sejamos dignos de darmos, recebermos e sermos Amor verdadeiro 
Que sejamos dignos de experimentarmos e sermos Paz constante 
por toda a nossa existência
Sempre





Que cada átomo de cada ser seja reconhecido e respeitado 
como parte desse Amor e dessa Paz

Que nos reconheçamos como uma parte e um todo em tudo o que há,
 e que tudo o que reconhecemos na realidade fora habita dentro de nós 




Que tudo o quanto experimentamos 
está de acordo com aquilo que somos em verdade.







E que assim o Céu e a Terra sejam um
dentro de todos nós.





Amai-vos uns aos outros




"No Evangelho de São João encontramos uma longa passagem, em que Jesus se despede de seus apóstolos, fazendo-lhes suas últimas recomendações antes de ser preso, julgado e condenado à morte na cruz. É uma espécie de testamento espiritual deixado aos discípulos, aos quais ele também chama amigos; suas palavras e gestos, carregados de profunda emoção e simbolismo, marcaram para sempre a vida dos discípulos e da Igreja, que nascia desse convívio de Jesus com eles. Para os cristãos de todos os tempos, essas palavras e gestos de Jesus são sagrados.
Jesus lavou os pés dos apóstolos e lhes ordenou que fizessem a mesma coisa, colocando-se ao serviço do próximo com toda humildade e dedicação: “dei-vos o exemplo para que façais assim como eu vos fiz” (cf João 13,15). Não se trata apenas de um exemplo edificante, mas do sinal de participação no amor e amizade de Jesus. São  Pedro relutou para deixar que o Mestre lhe lavasse os pés, mas Jesus lhe explicou: “se eu não te lavar os pés, não terás parte comigo” (João, 13,6-10). Quem quiser ter parte no amor de Jesus Cristo deve amar o próximo, colocando-se ao seu serviço, como Jesus fez.
Logo em seguida, a narração continua com o mandamento novo e Jesus ordena: “amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim deveis amar-vos uns aos outros” (João 13,34-35). A novidade desse mandamento consiste na medida do amor: “Como eu vos amei”. De fato, as Escrituras Sagradas já registravam uma ordem semelhante de Deus: “amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Levítico 19,18). Jesus coloca um referencial novo - “como eu vos amei” -, inseparável da primeira parte da recomendação - “amai-vos uns aos outros”.
No mesmo relato de despedida, na comparação da videira, Jesus explica que a capacidade de amar “como” ele amou, vem da união estreita do discípulo com o Mestre. Como o ramo não é capaz de produzir fruto sem estar unido ao tronco da videira, assim o discípulo: Sem uma vinculação estreita com Jesus, não saberá amar como ele amou. E o amor de Jesus vincula diretamente ao próprio amor de Deus: amar a Jesus Cristo, é amar a Deus e ser por Deus amado (cf João 15). Neste mesmo contexto, Jesus recomenda novamente: “Este é o meu mandamento: Amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei” (João 15,12). Portanto, “como eu vos amei”, tem sua origem no próprio amor de Deus, aprendido de Cristo e tornado possível com a ajuda dele. O papa Bento XVI reflete sobre os vários graus do amor humano na sua primeira encíclica – Deus caritas est (Deus é amor); na nomenclatura cristã, o amor ´com que Deus nos ama e com o qual devemos retribuir ao amor de Deus chama-se “agape”.
Jesus não excluiu a ninguém do seu amor. Amou pessoas concretas, defendendo e restituindo a dignidade aos humilhados; amou os doentes, os pobres, as crianças, os homens, as mulheres. Em cada pessoa viu e amou um filho de Deus. Acolheu e perdoou os pecadores, mesmo não aprovando todos os seus comportamentos e atitudes, recomendando-lhes que não voltassem a pecar. Ensinou a amar também os inimigos e, ainda no momento extremo de seu suplício na cruz, ele próprio perdoou aos algozes: “Pai, perdoai-lhes; não sabem o que fazem”. Amou com amor puro, genuíno, transparente, sem apossar-se das pessoas como se fossem objetos de desejo; amou como Deus ama. Sim, amadas por Jesus, as pessoas sentiam-se amadas por Deus, dignificadas, profundamente valorizadas, restituídas à vida, felizes.
Logo após o “mandamento novo”, Jesus colocou mais um parâmetro para o amor que praticou e ensinou a viver: “não há maior amor que dar a vida pelos amigos”. Ele próprio o fez: “Tendo amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim” (João 13,1). Seu “fim” foram prisão, tortura e injusta condenação à morte na cruz. Suportou tudo por aqueles que amava. E o fez também por toda a humanidade, para que cada ser humano pudesse sentir-se valorizado e amado por Deus: “Tanto Deus amou o mundo, que lhe enviou seu Filho único para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (João, 3,16).
“Amai-vos uns aos outros”, é apenas uma parte do mandamento novo de Jesus; sem a outra parte – “como eu vos amei” -, as belas palavras de Jesus ficam genéricas, ambíguas, expostas à instrumentalização subjetiva e ao deboche desrespeitoso. De fato, várias supostas maneiras de amar não são recomendadas por Jesus: amor possessivo, ciumento, irresponsável diante das consequências, anárquico, promíscuo, violento, sádico, devasso, egoísta, comprado ou vendido, contrário à natureza... Não são expressões de autêntico amor e, no mínimo, não podem pretender-se legitimadas pela recomendação de Jesus – “amai-vos uns aos outros”.
Mas é certo que fazem parte do amor vivido e ensinado por Cristo as qualidades exigentes que lhe atribui São Paulo no belo poema sobre o amor, na sua primeira Carta aos Coríntios (cf 13,4-8): “O amor é paciente, é benfazejo, não é invejoso, não é presunçoso nem se incha de orgulho; não faz nada de vergonhoso, não é interesseiro, não se encoleriza nem leva em conta o mal sofrido; não se alegra com a injustiça, mas fica feliz com a verdade. O amor desculpa tudo, tudo crê, tudo espera, suporta tudo. O amor jamais passará”."

Artigo publicado em O ESTADO DE SÃO PAULO, Ed. de 11.06.2011





14 agosto 2011

ADeus

      


 "Que a estrada se abra à sua frente,

Que o vento sopre levemente às suas costas,

Que o sol brilhe morno e suave em sua face,

Que a chuva caia de mansinho em seus campos...


Que a colheita te recompense,


Que o tempo te pareça breve,


E, até que nos encontremos de novo,


Que Deus lhe guarde na palma de Suas mãos."

       Prece Irlandesa de Boa viagem







10 agosto 2011

Lembrança



Esse Amor que parece que ninguém mais sabe o que é. 
Que não é apego, que não é carinho, muito menos sexo, ou amor a dois, ou amor por um, é Amor por todos, por tudo, um respeito pela própria vida. É uma Presença e atenção constantes, um doar de si mesmo constante porque se entende, uma Força que é só Verdade. Quem ama é Amor e vive nele o tempo inteiro.

Amor e Exemplo de Mãe, um amor assim tão grande e puro, pras meninas seguirem puras, sem serem tocadas por malícia, sem serem contaminadas, castas, estáveis, equilibradas pela vida a fora, fontes de todo o Amor e de todas as virtudes.
Pra que meninos e meninas sintam-se acolhidos, amados, preenchidos, plenos. Aquela mãe que É, pra muito além da forma, que é só espírito, amor, verdade, vida. Aquelas que sao, tanto, que todos os que passam sentem, e abaixam-lhes a cabeça em reverência. Assim, os meninos aprendem a respeitar. Assim, as meninas aprendem a serem respeitadas. E um menino assim, cresce pra se tornar Homem, daqueles que hoje só se ouve falar. Incorruptível e pleno, consciente e responsável, que respeita e sabe dar e receber amor, porque só sabe dar, quem já recebeu. Exemplos de Pais, maridos, cidadãos, mestres perfeitos. 
Como se conserta uma sociedade criada por mães descontroladas, neuróticas, que só vêem forma e sexo, que vivem pra elas mesmas; cheia de conversas vãs, bate-papos, círculos e círculos de amigos, que discutem vezes sem conta, sabe-se lá o quê, a moda da vez, que passa e depois ninguém mais lembra. Quanto tempo pra perder, numa vida tão curta. Perdem tempo de Vida e depois querem recuperar no corpo, com vitaminas, ginástica, cirurgias. Onde as mães já não tem tempo pros filhos e são substituídas por babás, escolas a tempo inteiro. Como fazer ver o que já foi há muito esquecido. As avós dessa geração já não são aquelas que recebem os netos depois da escola enquanto a mãe não está. Tudo está mudando e as crianças crescem a Deus-dará. Sendo esponjas sem filtro duma sociedade que não tem mais nenhuma virtude. Parece que anda todo mundo cego. 
Talvez não se conserte uma coisa que as pessoas acham que é normal. O conserto tem que vir de dentro, e vem de dentro quando a gente se satura, quando vive aquela realidade até explodir, até não aguentar mais. Aí muda, mas muda pra melhor? Será que temos assim tanto tempo pra perceber que o tempo não pára, que nossa passagem aqui é curta, que a morte é certa e que cada segundo conta. Será que teremos tempo pra perceber que onde quer que estejamos, o que quer que façamos, estamos influenciando, e sendo influenciados. Estamos todos aprendendo e a única cura e saída é Amor de verdade, que não vê forma, que não tem tempo nem moda, que não é notícia, que não quer nada e que agradece por cada instante. 
Um mestre uma vez disse que era possível mudar o mundo em uma só geração. Era só enviar pra ele todas as mães do planeta, pra que ele lhes pudesse lembrar do que elas esqueceram e lhes preenchesse desse Amor de verdade que é tanto, mas que ninguém mais parece perceber.





09 agosto 2011

A tempestade



"Pássaro e o homem têm essências diferentes.
O homem vive à sombra de leis e tradições por ele inventadas;
o pássaro vive segundo a lei universal que faz girar os mundos.
Acreditar é uma coisa; viver conforme o que se acredita é outra.
Muitos falam como o mar, mas vivem como os pântanos.
Muitos levantam a cabeça acima dos montes;
mas sua alma jaz nas trevas das cavernas.

A civilização é uma arvore idosa e carcomida,
cujas flores são a cobiça e o engano 
e cujas frutas são a infelicidade e o desassossego.
Deus criou os corpos para serem os templos das almas.
Devemos cuidar desses templos para que sejam
dignos da divindade que neles mora.
Procurei a solidão para fugir dos homens, de suas leis,
de suas tradições e de seu barulho.

Os endinheirados pensam que o sol e a lua e as estrelas se levantam
dos seus cofres e se deitam nos seus bolsos.
Os políticos enchem os olhos dos povos com poeira
dourada e seus ouvidos com falsas promessas.
Os sacerdotes aconselham os outros,
mas não aconselham a si mesmos,
e exigem dos outros o que não exigem de si mesmos.

Vã é a civilização. E tudo o que está nela é vão.
As descobertas e invenções nada são senão brinquedos
com a mente se diverte no seu tédio.
Cortar as distâncias, nivelar as montanhas,
vencer os mares, tudo isso não passa de aparências enganadoras,
que não alimentam o coração e nem elevam a alma.

Quanto a esses quebra-cabeças, chamados ciências e artes,
nada são senão cadeias douradas com os quais o homem
se acorrenta, deslumbrados com seu brilho e tilintar.
São os fios da tela que o homem tece desde o inicio
do tempo sem saber que, quando terminar sua obra,
terá construído a prisão dentro da qual ficará preso.

Uma coisa só merece nosso amor e nossa dedicação, 
uma coisa só...
É o despertar de algo no fundo dos fundos da alma.
Quem o sente não o pode expressar em palavras.
E quem não o sente, 
não poderá nunca conhecê-lo através de palavras.
Faço votos para que aprendas a amar as tempestades 
ao invés de fugir delas."

de Gibran Khalil Gibran (1883-1931)



06 agosto 2011

Paciência





Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não para...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para não...

Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para...

A vida não para...