08 outubro 2012

Saudações


Planeta azul de imensa beleza,
sobre ti esteja a luz do amanhã.
Planeta verde de esperanças inocentes,
Sobre ti estejam os risos da liberdade.
Todos os sons que aqui existem
são melodias de beleza sem igual.
Murmuram as pedras em seu sono profundo,
Balbuciam as plantas em seus sonhos 
de criação contínua e plena.
Cantam todos os animais
de todas as espécies, 
de regozijo,de medo,
de fome, de saciação,
de alegria, de tristeza.
Sinfonias são compostas pelos elementais.
Pena que o homem seja tão surdo
 a esse mundo de concertos, ímpar nessa galáxia.
Das vozes humanas ouvem-se 
lições e desajustes,
alegria e depressão.
Ouvem-se gritos de desespero e
cantos de esperança.
Ouvem-se longos e graves sons
 para manter a raça escrava
e sons agudos e breves 
que buscam despertá-la.
Contudo, os sons não são ouvidos 
porque o homem está surdo.
Mas ouve o homem 
a tudo que atinge o ego, ainda.
Sofre, pune-se, conflita, 
enquanto poderia sorrir,
 amar-se, abraçar.
Para isto, deveria o homem esquecer-se
do centro em si e colocar o centro 
no planeta que o abriga.
Se assim o fizesse, 
o homem não queimaria as plantas,
porque o lamento de dor delas
 o feriria profundamente.
E se queimadas fossem as plantas 
por secas demais se apresentarem,
sentaria o homem ao lado delas
 e as confortaria com cânticos de alegria, 
com cânticos tal qual riachos 
a brincar sobre pedras, tal qual
folhas a dançar com os ventos.
Se ouvisse o homem o coração dos animais,
ali reconheceria um irmão 
e não mais o escravizaria,
venderia, mataria, comeria.
Ao contrário, ao lado deles sentaria,
para juntos olharem as estrelas do céu.
Um céu que não conheceria mais nuvens de poluição,
mas nuvens limpas de vida.
Se ouvisse o homem hoje,
estaria ouvindo a melodia que irradiamos
ao planeta em busca de nossos filhos entre eles.
Mas ao ouvi-la, 
como ouvem nossos filhos das estrelas,
o homem perderia todo o medo, 
desconheceria o abandono de ter-se só.
E no mais belo momento do concerto celeste,
o homem sentaria-se ao nosso lado, 
junto a uma imensa fogueira onde
vaidades, egoísmos, medos e desesperanças
seriam queimados.
Lado a lado, nós, os homens e os animais,
deste paraíso ainda vivo,
contemplaríamos, não o brilho das estrelas,
mas o brilho dos corações
 que aprenderam a bater no mesmo ritmo.
Nesse instante, Gaia, vosso planeta, 
estaria em paz.
Paz, então, meus irmãos terrícolas,
é o que desejo a todos.
Uma paz que se faça ouvir 
para além do tempo e do espaço.

Shellyana das Plêiades




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